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Sexta Sexxxy

Dois Toques

 

Chorão

Música e esporte pra quem chupou manga com medo de tomar leite dizem ser quase a mesma coisa. Concordo. Samba e futebol casam melhor que pastel e japonês.

 

Mas o papo aqui é rock. Na verdade o silêncio do rock. Morreu na última quarta-feira o vocalista da maior banda brasileira na atualidade e a mais premiada de todos os tempos. Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. foi pra mim e para muitos um mestre à distância. Um perfeito supletivo de fodacidade. Torcedor do Santos nunca se cansou de demonstrar seu amor a cidade e ao clube do coração.

 

Chorão cantou a adolescência, a juventude e a vida de muitos. Fez de suas histórias, as histórias de tantos outros. Líder de uma geração rebelde conseguiu com suas letras agressivas, reflexivas e verdadeiros poemas dar uma cara à galerinha que sucedeu o pessoal que sofreu a ditadura.

 

É triste, mas “um dia acontece”, já dizia o vocalista. E hoje resta apenas uma dor e um desejo de fazer alguma coisa, alguma homenagem, ainda que singela.

 

Então, representando tantos outros, deixo aqui toda a minha tristeza, toda a minha dor e toda minha gratidão a esse homem louco, polêmico, perturbado, mas que contribuiu e muito na construção do caráter de muitos dos malokeiros, skatistas, patricinhas e vagabundos que andam por aí.

 

Despeço-me essa semana com um imenso e aparentemente infindável luto e uma de suas numerosas ilustres frases.

 

“Talvez eu já nem lembre mais das coisas como eram, mas talvez agora eu saiba bem o que é bom pra mim”.

 

Vai com Deus, Chorão!

 

 

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Postado em: Dois toques Por: Jo-Mariano

Dois Toques

 

Sócrates e Zico

 

A semana que passou (principalmente no Rio de Janeiro) foi um martírio para quem não era torcedor do Flamengo. Tal qual O Corinthians na semana do Mundial, todos os meios de comunicação e transportes traziam ainda que involuntariamente a imagem ou uma notícia do Galinho Zico. Para se livrar do noticiário viral apenas dormindo ou morrendo. Ficar em sã consciência deslumbrando o passarinhar e o borboletear da natureza estava fora de cogitação em níveis supremos. E obviamente isso gera um certo incômodo em quem disconcorda dos fatos produzidos pela mídia pegajosa.

 

No Olimpo da verdade, lugar onde todo e qualquer mortal de reveste da certeza, ganha voto de Minerva e adquire caráter ex-cathedra, mais conhecido como internet, foi possível ler e ouvir de tudo. Zico foi de grande a mesquinho, evoluindo a rei em questão de 140 caracteres livres. Dotados de impiedosa veemência veredictos foram proferidos, seja para condenar ou absolver. Principalmente no delito de 21 de junho de 1986 às 19:30 hs.

 

Ok, era o exato momento em que uma simples mulher dava luz ao ser que viria a iluminar a Terra com seu carisma, beleza e bom humor – eu -, mas são tantos pareceres que analisando com clareza o vídeo da partida podemos, se desprovidos de pró ou anti-ziquismo, absolver o ex-camisa 10 da Gávea sem nenhum esforço. Vejam o resumo.

 

O jogo estava tenso. Não era fácil se adaptar ao jogo. Quem viesse do banco levaria um tempo. Zico veio do banco. Vinha de lesão. Pênalti. Sócrates era o batedor oficial. Diante da responsabilidade fez que não era com ele. Amarelou. Ninguém se prontificou. Zico se prontificou. A contra-gosto, mas se prontificou. Frio, fez uma de suas piores cobranças de pênalti da carreira. Se não pior, a mais famosa. O jogo terminou empatado. Fomos pros pênaltis. Lá, Zico retomou a responsabilidade e dessa vez fez. Sócrates, o amarelão, bateu, perdeu e fomos eliminados.

 

Querido júri, se existe algum culpado respondam-me de quem se trata.

 

É impossível um ser sem uso de fungos alucinógenos afirmar que Zico foi o vilão da Copa de 86, assim como é inaceitável o diminuir por não ter ganhado uma Copa. Azar da Copa. Zico possui mais de uma dezena de títulos pela Canarinho e é o quarto maior artilheiro da seleção, sendo o único dentre os cinco melhores colocados a não ser atacante. Usar um argumento tão tendencioso contra o senhor de Quintino automaticamente coloca Vampeta a frente de Beckham e do nível de Buffon. Afinal, Vampeta tem uma Copa.

 

É colocar Ricardinho e Paulo Sérgio no patamar de Zidane, mais jogadores que Raul. É além de mostrar-se ridículo, atestar-se alucinado.

 

Títulos são sim importantes a clubes e jogadores. Mas só tem caráter comparativo quando na esfera dos clubes. Jogador se mede doutra forma. Um jogador pode ser um verdadeiro craque e não ter ganhado tantos campeonatos como o Emerson Sheik. Um clube pra ser bom é preciso vencer.

 

Compreendo que o amor clubístico do brasileiro o impede de ser imparcial por vezes, também sou assim. Mas temos que nos policiar, porque bostejar é permitido, mas bostejamento crônico é altamente prejudicial.

 

Sejamos honestos pelo menos hoje e admitamos que sim, Zico jogou muita bola e não ficou devendo nada pra ninguém.

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

 

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Postado em: Dois toques Por: Jo-Mariano

Dois Toques

 

Futebol das antigas

Essa semana despediu-se o último exemplar do boleiro brasileiro nato oriundo das peladas que precediam longas e boas conversas sobre o frango tomado, o golaço marcado e caneta rolada.

 

Marcos foi mais que um goleiro campeão do mundo e exímio defensor de pênaltis. Marcos foi o futebol brasileiro personificado entre os três paus que defendia. Falava, tomava café, ria dos próprios erros, soltava pérolas, era sem noção. O último remanescente de um tempo onde todo juiz era ladrão, o adversário era viado e mãe do árbitro era objeto sexual.

 

Sim, as coisas ainda são assim, mas não podemos falar. É errado, é imoral e para no STJD.

 

Marcos assistirá, agora da poltrona, o futebol se reelitizar e tornar às suas fétidas origens onde o povo não tinha vez.

 

Nas peneiras já não passam os Romários. Playboys rumam ao domínio de nossas bases de futebol. Não precisam que você drible, chapele, chute e saiba cruzar. Tendo dinheiro, te encorparemos e te venderemos para ser um mero lateral meia-bomba do outro lado Atlântico endeusado pela mídia, pelo PES e pelo FIFA.

 

Nossa forma de torcer já mudou e após a Copa estará irreconhecível. Em 2015 nossos recantos de felicidade e nostalgia dos bons tempos serão Raulinos e Moisés Lucarellis Brasil a fora, onde a acústica permite cantar, baterias poderão entrar e você trabalhador assalariado não ficará a km de distância de seu time por ter apenas cinquenta reais para desembolsar.

 

Quem pisou no Maracanã e depois foi obrigado a torcer no Engenhão sabe do que falo. Estádios no estilo europeu tem a acústica e a emoção de uma caixa de geladeira.

 

Eles conseguiram. Acabaram com o nosso futebol engordando as cifras deles. O golpe perfeito. Nos fizeram amar atacante trombador como o Hulk e agourar habilidosos como Neymar. Nos tiraram o senso crítico. Fulano no Brasil quando marca 30 gols num campeonato disputadíssimo é ruim. Mais vale marcar 90 onde só tem dois times. Estar no Brasil sinônima ser abaixo da média e por isso dispensável.

 

Nos argentinaram. Nossos moleques catimbam, fazem cera, acham legal retardar o jogo. Driblou? Dá porrada. Passou por três? Do quarto não passa.

 

Quanto mais próximo do que é da Terra, pior. Quem é Cristiano Ronaldo e seus dribles, passes e chutes? Somos mais o Messi que só recebe bola na cara do gol e o máximo de esforço que faz é dominar antes de chutar.

 

Marcos se foi, assim como Ronaldo, Cafú, Roberto Carlos e Túlio (sim, ele já foi e não reconheceu) também já se foram. Eu reclamava do Edmundo, o achava chato, brigão, mas sinto saudade. Saudade dos tempos onde ao fim do jogo “Estou feliz. Ganhamos dessa merda” não era nada mais que uma provocação. A geração “Perdemos, mas vamos tentar corrigir nossos erros. A equipe continua unida” jamais saberá o que é uma resposta livre dos dedos do departamento de marketing.

 

Que pena! Pois não saberão nem mesmo o que é o futebol. Logo os loirinhos de apartamento ganham os gramados, passamos mais 20 anos sem ganhar uma Copa do Mundo e tudo que nos restará será torcer por um atleta do judô, da natação… Ainda bem que nosso vôlei está aí.

 

Dois Toques a gente sai na cara do gol.

 

 

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dois toques

 

seleção

 

“América para os americanos”. Frase exclusivista, sim, mas que em certos momentos surte efeito. E hoje, essa doutrina merece um toque brasuca no que tange a nossa seleção canarinho.

 

Futebol é cultura e cultura deve ser respeitada. Nunca fomos bons em lidar com os estilos dos caras lá de fora e muito menos com brasileiros pródigos que voltaram nacionalizados. O Brasil não se vive, se compreende. Não se entende o Brasil estando fora dele. É preciso sim manter sempre em dia a manutenção de nosso jeitinho brazuca. Aliás, sinto-me na obrigação de dissertar a favor desse tão contestado jeitinho.

 

O leitor que passa o dia inteiro acompanhando aquelas peladas do velho continente percebe bem presentes as lembranças de um passado de guerras e conquistas. Os times ingleses disputam um verdadeiro prélio dentro dos gramados, a torcida irlandesa parece torcer praticando um ritual de guerra, espanhois sempre visando a conquista de outros terrenos como nos tempos de colonização, portugueses naquele jeito meio tô nem aí, mas claramente esperando o momento pra ancorar a embarcação… Isso minha gente é o jeitinho de cada um. Cada um se vira da forma como foi acostumado. E você não ouve inglês se aporrinhando com o jeito aguerrido de seu povo. É mal do brasileiro esculachar o que é da casa.

 

Fomos colonizados a la caralho, sem nenhuma pretensão maior e tudo que conquistamos foi na manha, na malandragem, na base do trambique. Esse estilo sonso e sacana é nosso, está contido no DNA de todos e até mesmo no gene do chupador de gringo. Logo, uma seleção brasileira sem “brasileiros” é oferecer macarronada de miojo. Engana a primeira vista, mas na prática você percebe que não é a mesma coisa, não dá a mesma sustância.

 

A seleção B que meteu o ovo nos argentinos (hihihi) lá no estádio feioso com cara de prisão federal é a prova de que o MADE IN BRAZIL ainda é o mais vantajoso. Não digo que tenhamos que montar um time todo daqui de dentro da Terrinha, mas que olhar pra quem ainda tem o samba correndo na veias pode dar resultados, isso sim. Um jogador que quando entra em campo lembra do que viu nas ruas – as festas, a bebedeira, o menino que chutava latinha e gritava seu nome, o garoto que se jogou na lama pra pegar um pênalti e disse ser o tal goleiro, o pescador que abriu mão da grana diária pra assistir uma hora e meia de pelada – pode fazer toda a diferença. Muito ao contrário daquele que tudo que lembra é uma conversa em portunhol com o Messi.

 

Não manda pra guerra contra os espanhois, um soldado criado na Espanha. Passou da hora de tornar Monroe a doutrina na seleção. Nosso principal jogador é brasileiro e sentimos bem mais próxima de nós quando os filhos que vivem na pátria nos representam.

 

A seleção foi se distanciando do povo na medida em que seus integrantes foram se distanciando do Brasil. E bem sabemos que sem o apoio do povo tudo fica mais difícil.

 

Bra-Monroe já. Para a seleção nacional voltar a vencer.

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

 

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dois toques

 

palmeiras

 

Puxa, que chato, o Palmeiras caiu!

 

Porra, negada! Os caras caíram antes mesmo dessa joça começar. Desde quando Copa do Brasil é parâmetro pra alguma coisa? Um campeonatinho disputado pelas classes A, B, C, D e E do futebol (fora uns agregados das X e Y) chega a ser quase tão desimportante quanto o Campeonato Espanhol.

 

Os primos sem praia do Vasco não caíram por conta da diretoria e muito menos da torcida. Aliás, diretoria não rebaixa ninguém. Caíram porque o time era mais feio que estupro de vó. E se fizeram alguns golzinhos no ano dediquem ao pé iluminado de Marcos Assunção, que nos altos de seus 89 anos fazia 90% do gol e deixa os outros 10 pra um argentino qualquer levar a fama.

 

Goleiro no improviso, zaga feia, meio feio, ataque feio. Esperar o quê? E pior é que essa joça vai chegar ano que vem na Libertadores representando o Brasil. PUTA QUE PARIU!

 

E bom será se ainda chegar com Assunção e Barcos – o que é improvável, pois geralmente quando a água trisca a bunda o efeito Edmundo costuma agir e geral abandona a embarcação.

 

Mas, Nossa! CREIMDEUSPAITODOPODEROSO! Falei de Edmundo e embarcação e reparei o óbvio. Palmeiras e Vasco realmente nasceram um para o outro e não é a toa a notabilidade do coito alternado entre os torcedores de ambas as equipes. Ambos pensam ser grandes, acreditam ter Mundial, gostam de dar um role pela Série B e sempre dão ruim quando precisam decidir algo contra o Flamengo. Fora que seus primeiros rebaixamentos foram para o Vitória – rubro-negro (só pra constar).

 

Fato é que a bagaça desandou e o porco morreu antes do Natal.

 

Agora deu ruim. Corinthians campeão da Libertadores e Palmeiras rebaixado. Como que faz pra sair na rua sem sofrer bullying?>

 

Também não sei a resposta, mas uma coisa é fato.

 

“Manga espada madurando, especial do Rei e paulista rebaixado. Coisas que sempre acontecem no fim de ano”.

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

 

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Postado em: Dois toques Por: Jo-Mariano

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