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Sexta Sexxxy

Dois Toques

 

Várzea

Vamos fazer um dissertar breve sobre o que estamos vendo de perto nesse estado fluminense.

 

Papelão dos governos federal e estadual esse lance dos estádios tudo capengando. Uma semana foi suficiente pra passar água e sabão na cara maquiada que estavam nos vendendo há anos. Cobertura colada a cuspe no Engenhão, um campeonatinho muito do feioso, geral na pindaíba, ninguém com uma casa apresentável e – pior – autoridade nenhuma fazendo nada pra reparar a lambança.

 

Não sei vocês, mas acredito que a boa arte da sempre jogação de sujeira pra debaixo do tapete diz explicitamente que essa seria a hora de ouvirmos um blá qualquer sobre “estamos fazendo”, “medidas serão tomadas”, “vamos apurar”, mas não. Ninguém diz nada, ninguém busca o pedreiro de nível superior completo que finalizou a bagaça, não vão chamar os responsáveis pela compra do material cabuloso que usaram pra dar aquele ar tosco estilo Niemeyer ao Engenhão… Eles já se preocuparam em nos enganar, hoje evacuam e caminham no style.

 

Não bastando essa cagada toda parece que se esqueceram que o argumento vendido desde que Charles Muller chegou em solo pátrio, com um esporte novo de usar o dedão, para se ter uma Copa do Mundo é o constante crescimento estrutural que a mesma traria. Argumento esse vendido em níveis colossais para a eleição do Rio à sede das Olimpíadas. Logo, esse é o momento exato pra Dama de vermelho rodar a baiana e pelo menos fingir que está tentando fazer valer a máxima a nós tantas vezes apregoada. Repito: Em pensar que já se preocuparam em nos enganar.

 

Agora, no acender das luzes para a Copa das Confederações nem se preocupam em resolver o problema da casa pra receber quem é de fora, afinal o torneio, de Engenho de Dentro passa longe. Não está nas redondezas do Engenhão, mas a cidade é a mesma. E ignorar só porque a peleja nada tem a ver com o Maraca é semelhante àquela dona de casa porca e desordeira que nunca limpa o quarto e quando tem que receber visitas prende aquelas trinta pessoas amontoadas na sala e restringe o acesso da rapeize ao atual cômodo e banheiro. Lamentável! Poderiam pelo menos passar uma falsa ideia de preocupação e comprometimento com o que é nosso, afinal de contas, mesmo que mequetrefe, lixoso e sem crédito, o estadual está rolando e pelas condições atuais, em situações precárias. Mais uma baixa e será instaurado o Caixão 2013. Taqueoparéu. Em pensar que já tentaram enganar a gente.

 

Assim sendo, só nos resta torcer para que de fato exista alguma preocupação estadual e federal para com o nosso desporto-mor aqui nesse estado fluminense, porque do jeito que anda está ficando complicado. Não assisto a jogos do meu time vai fazer aniversário. Não consigo me sentir confortável indo a um lugar sem ter a certeza de que retornarei caminhando.

 

É preciso que nossas autoridades evoluam suas mentes criativas prontas para o mal e não pensem em usar o Maracanã sugando até o osso, senão vai dar aquele efeito tênis de pobre que de tanto usar uma hora gasta e nem adianta manutenção. E acredito que ninguém aqui pensa em construir outro Maraca nem tão cedo. Tsc tsc. Em pensar que eles já se esforçaram em pelo menos parecer preocupados.

 

A verdade, Gaiatolândia é que nos abaixamos tanto que mostramos a bunda. E estão passando a mão.

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

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Postado em: Dois toques Por: Jo-Mariano

Dois Toques

 

Várzea

 

Todos os seres oriundos do estado mais marrento do Brasil e que curtem o soccer atestam estarem enfadados do campeonato estadual e juram de pés juntos que trocariam facilmente a peleja rural por partidas emocionantes de porrinha. Balela! Falam, mas a verdade é que sem estadual essa gente deprime até a morte. Onde já se viu abrir mão de domingos num sol da porra pra assistir seu time levando sufoco do Audax? O carioca não sobrevive. Está na lista das coisas essenciais para um sobreviver sadio na Maravilhosa City.

 

O problema é querem jogar por terra esse prazer masoquista. Aliás, estão fazendo força para arregaçarem nossa Joana.

 

Faz tempo que o estadual mais charmoso do Brasil é uma piada de muito gosto e serve apenas para aumentar em alguns cinqüenta reais a receita duns nanicos e ferrar em níveis norte-coreanos os cofres dos grandes, sempre incapazes de lucrar numa partida sequer.

 

Não bastasse estar há tempo sem o Maraca e obrigados a repetir o enorme mosaico azul do Engenhão, descobriram que fizeram a bagaça nas coxas e resolveram interditar o estádio da Prefeitura. Sendo pouco mandaram todos os clássicos para o calor escaldante de Volta Redonda, num estádio onde é possível sentir em HD o vapor dos fornos da CSN. Ainda assim a tragédia ainda podia ser maior e perceberam uma pequena rachadura no estádio da Cidade do Aço. Rachadura pequena: Meio Grand Canion. E então pediram que para que evitar o fim precoce da tristeza, que todos jogassem nos agradabilíssimos 55 graus de Bangu. “TÁ SERTO!”

 

Onde isso vai dar nem mesmo os gatos mestres de plantão podem dizer, mas que a FFERJ tem se empenhado monstruosamente para que no próximo ano tenhamos uma pré-temporada semestral isso é fato. Barbeiragem atrás de barbeiragem.

 

Nessa brincadeira teve até chilique do Dinamite recusando emprestar o estádio pro Botafogo como aquelas crianças enrustindo o brinquedo. Porra, seu Dinamite, mesmo com estádio próprio, geral na comunidade já sabe que tu não consegue saldar as dívidas da própria casa. E ainda ta de frescurinha com o vizinho que resolveu alugar? Vai ter que vender o corpo, hein! Não é bom ficar negando ajuda à essa altura do prélio.

 

E diante de tantas esquisitices fico aqui esperando o desfecho desse triste desenrolar. Mas aí: Ainda bem que estamos no Rio e podemos curtir uma prainha em tempos de adversidades. Já pensou se fosse em Sampa? Passar o fim de semana inteiro alternando em pagar uma nota numa pizza e admirar a peculiaridade do Rio Tietê?

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

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Dois Toques

 

Chorão

Música e esporte pra quem chupou manga com medo de tomar leite dizem ser quase a mesma coisa. Concordo. Samba e futebol casam melhor que pastel e japonês.

 

Mas o papo aqui é rock. Na verdade o silêncio do rock. Morreu na última quarta-feira o vocalista da maior banda brasileira na atualidade e a mais premiada de todos os tempos. Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. foi pra mim e para muitos um mestre à distância. Um perfeito supletivo de fodacidade. Torcedor do Santos nunca se cansou de demonstrar seu amor a cidade e ao clube do coração.

 

Chorão cantou a adolescência, a juventude e a vida de muitos. Fez de suas histórias, as histórias de tantos outros. Líder de uma geração rebelde conseguiu com suas letras agressivas, reflexivas e verdadeiros poemas dar uma cara à galerinha que sucedeu o pessoal que sofreu a ditadura.

 

É triste, mas “um dia acontece”, já dizia o vocalista. E hoje resta apenas uma dor e um desejo de fazer alguma coisa, alguma homenagem, ainda que singela.

 

Então, representando tantos outros, deixo aqui toda a minha tristeza, toda a minha dor e toda minha gratidão a esse homem louco, polêmico, perturbado, mas que contribuiu e muito na construção do caráter de muitos dos malokeiros, skatistas, patricinhas e vagabundos que andam por aí.

 

Despeço-me essa semana com um imenso e aparentemente infindável luto e uma de suas numerosas ilustres frases.

 

“Talvez eu já nem lembre mais das coisas como eram, mas talvez agora eu saiba bem o que é bom pra mim”.

 

Vai com Deus, Chorão!

 

 

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Dois Toques

 

Sócrates e Zico

 

A semana que passou (principalmente no Rio de Janeiro) foi um martírio para quem não era torcedor do Flamengo. Tal qual O Corinthians na semana do Mundial, todos os meios de comunicação e transportes traziam ainda que involuntariamente a imagem ou uma notícia do Galinho Zico. Para se livrar do noticiário viral apenas dormindo ou morrendo. Ficar em sã consciência deslumbrando o passarinhar e o borboletear da natureza estava fora de cogitação em níveis supremos. E obviamente isso gera um certo incômodo em quem disconcorda dos fatos produzidos pela mídia pegajosa.

 

No Olimpo da verdade, lugar onde todo e qualquer mortal de reveste da certeza, ganha voto de Minerva e adquire caráter ex-cathedra, mais conhecido como internet, foi possível ler e ouvir de tudo. Zico foi de grande a mesquinho, evoluindo a rei em questão de 140 caracteres livres. Dotados de impiedosa veemência veredictos foram proferidos, seja para condenar ou absolver. Principalmente no delito de 21 de junho de 1986 às 19:30 hs.

 

Ok, era o exato momento em que uma simples mulher dava luz ao ser que viria a iluminar a Terra com seu carisma, beleza e bom humor – eu -, mas são tantos pareceres que analisando com clareza o vídeo da partida podemos, se desprovidos de pró ou anti-ziquismo, absolver o ex-camisa 10 da Gávea sem nenhum esforço. Vejam o resumo.

 

O jogo estava tenso. Não era fácil se adaptar ao jogo. Quem viesse do banco levaria um tempo. Zico veio do banco. Vinha de lesão. Pênalti. Sócrates era o batedor oficial. Diante da responsabilidade fez que não era com ele. Amarelou. Ninguém se prontificou. Zico se prontificou. A contra-gosto, mas se prontificou. Frio, fez uma de suas piores cobranças de pênalti da carreira. Se não pior, a mais famosa. O jogo terminou empatado. Fomos pros pênaltis. Lá, Zico retomou a responsabilidade e dessa vez fez. Sócrates, o amarelão, bateu, perdeu e fomos eliminados.

 

Querido júri, se existe algum culpado respondam-me de quem se trata.

 

É impossível um ser sem uso de fungos alucinógenos afirmar que Zico foi o vilão da Copa de 86, assim como é inaceitável o diminuir por não ter ganhado uma Copa. Azar da Copa. Zico possui mais de uma dezena de títulos pela Canarinho e é o quarto maior artilheiro da seleção, sendo o único dentre os cinco melhores colocados a não ser atacante. Usar um argumento tão tendencioso contra o senhor de Quintino automaticamente coloca Vampeta a frente de Beckham e do nível de Buffon. Afinal, Vampeta tem uma Copa.

 

É colocar Ricardinho e Paulo Sérgio no patamar de Zidane, mais jogadores que Raul. É além de mostrar-se ridículo, atestar-se alucinado.

 

Títulos são sim importantes a clubes e jogadores. Mas só tem caráter comparativo quando na esfera dos clubes. Jogador se mede doutra forma. Um jogador pode ser um verdadeiro craque e não ter ganhado tantos campeonatos como o Emerson Sheik. Um clube pra ser bom é preciso vencer.

 

Compreendo que o amor clubístico do brasileiro o impede de ser imparcial por vezes, também sou assim. Mas temos que nos policiar, porque bostejar é permitido, mas bostejamento crônico é altamente prejudicial.

 

Sejamos honestos pelo menos hoje e admitamos que sim, Zico jogou muita bola e não ficou devendo nada pra ninguém.

 

Dois Toques e a gente sai na cara do gol!

 

 

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Dois Toques

 

Futebol das antigas

Essa semana despediu-se o último exemplar do boleiro brasileiro nato oriundo das peladas que precediam longas e boas conversas sobre o frango tomado, o golaço marcado e caneta rolada.

 

Marcos foi mais que um goleiro campeão do mundo e exímio defensor de pênaltis. Marcos foi o futebol brasileiro personificado entre os três paus que defendia. Falava, tomava café, ria dos próprios erros, soltava pérolas, era sem noção. O último remanescente de um tempo onde todo juiz era ladrão, o adversário era viado e mãe do árbitro era objeto sexual.

 

Sim, as coisas ainda são assim, mas não podemos falar. É errado, é imoral e para no STJD.

 

Marcos assistirá, agora da poltrona, o futebol se reelitizar e tornar às suas fétidas origens onde o povo não tinha vez.

 

Nas peneiras já não passam os Romários. Playboys rumam ao domínio de nossas bases de futebol. Não precisam que você drible, chapele, chute e saiba cruzar. Tendo dinheiro, te encorparemos e te venderemos para ser um mero lateral meia-bomba do outro lado Atlântico endeusado pela mídia, pelo PES e pelo FIFA.

 

Nossa forma de torcer já mudou e após a Copa estará irreconhecível. Em 2015 nossos recantos de felicidade e nostalgia dos bons tempos serão Raulinos e Moisés Lucarellis Brasil a fora, onde a acústica permite cantar, baterias poderão entrar e você trabalhador assalariado não ficará a km de distância de seu time por ter apenas cinquenta reais para desembolsar.

 

Quem pisou no Maracanã e depois foi obrigado a torcer no Engenhão sabe do que falo. Estádios no estilo europeu tem a acústica e a emoção de uma caixa de geladeira.

 

Eles conseguiram. Acabaram com o nosso futebol engordando as cifras deles. O golpe perfeito. Nos fizeram amar atacante trombador como o Hulk e agourar habilidosos como Neymar. Nos tiraram o senso crítico. Fulano no Brasil quando marca 30 gols num campeonato disputadíssimo é ruim. Mais vale marcar 90 onde só tem dois times. Estar no Brasil sinônima ser abaixo da média e por isso dispensável.

 

Nos argentinaram. Nossos moleques catimbam, fazem cera, acham legal retardar o jogo. Driblou? Dá porrada. Passou por três? Do quarto não passa.

 

Quanto mais próximo do que é da Terra, pior. Quem é Cristiano Ronaldo e seus dribles, passes e chutes? Somos mais o Messi que só recebe bola na cara do gol e o máximo de esforço que faz é dominar antes de chutar.

 

Marcos se foi, assim como Ronaldo, Cafú, Roberto Carlos e Túlio (sim, ele já foi e não reconheceu) também já se foram. Eu reclamava do Edmundo, o achava chato, brigão, mas sinto saudade. Saudade dos tempos onde ao fim do jogo “Estou feliz. Ganhamos dessa merda” não era nada mais que uma provocação. A geração “Perdemos, mas vamos tentar corrigir nossos erros. A equipe continua unida” jamais saberá o que é uma resposta livre dos dedos do departamento de marketing.

 

Que pena! Pois não saberão nem mesmo o que é o futebol. Logo os loirinhos de apartamento ganham os gramados, passamos mais 20 anos sem ganhar uma Copa do Mundo e tudo que nos restará será torcer por um atleta do judô, da natação… Ainda bem que nosso vôlei está aí.

 

Dois Toques a gente sai na cara do gol.

 

 

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